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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dona Flor e seus Dois Maridos (um deles, o tradutor)

E então houve um dia em que realizei um casamento. Não estou falando de apresentar alguém, empurrar amigos solteiros, matchmaking como se fala nos EUA. Foi um ato profissional e compreende uma das possibilidade de ação de um tradutor juramentado.


Como tal, fui contratado para celebrar, junto com o juiz de paz, uma cerimônia de casamento civil. Explico: quando uma das partes envolvidas nesse ritual social de união em martírio eterno, com direito a sexo eventual e milhões de horas de conversação unidirecional (convém explicar melhor em outro post), comumente chamado casamento civil, é um estrangeiro,o juiz exige que alguém traduza para o infeliz o teor do que está prestes a fazer. Há sempre a esperança, penso eu, que com a tradução ele se arrependa e diga, “ah, então é isso. Esqueci uma panela no fogo lá em casa. Já volto”. Ao que a noiva poderia perguntar, “mas sua casa não é em Pitsburg?” (Fecha-se a cortina em pano rápido).

Fiquei tão nervoso que mais parecia o noivo. Afinal, tornar-me-ia um cúmplice de tal aliança.

O curioso é que não só li os ritos, “você, Mr. So and So, aceita ciclana como sua esposa, etc, etc” como ainda fui obrigado a assinar junto com o noivo na certidão de casamento. Está lá, até que a morte os separe... Peraí, casamento civil: Até o dia de ler os termos do divórcio.

Mas até lá, “Deus meu! Sou quase o marido.”

Um comentário:

  1. Adorei esse post! rs rs Que visão meio pessimista (ou realista) do casamento!!! Brincadeira, adorei o tom bem-humorado. Parabéns pelo texto!

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